O relacionamento abusivo sempre existiu, a diferença é que de alguns anos para cá, tem se falado muito a respeito desse assunto tão importante para nós, mulheres.
Primeiramente precisamos deixar claro que a vítima do abuso pode ser qualquer mulher, independentemente da idade, nível de maturidade, grau de instrução, condição econômica entre outros fatores.
A sociedade precisa olhar para essas vítimas com mais empatia e menos julgamento.
Com efeito, houve um aumento considerável de feminicídios durante a pandemia da covid 19 e esses crimes estão ligados diretamente aos relacionamentos abusivos.
Dessa forma, é necessário realizar um trabalho preventivo, afim de que as mulheres possam reconhecer um relacionamento abusivo, pois, muitas delas nem sabem que vivenciam essa realidade e por via de consequência, consigam terminar o relacionamento.
Passaremos agora aos sinais desse relacionamento abusivo:
1- SEDUÇÃO: o abusador antes de tudo é um sedutor nato, ele coleta o maior número de anseios, sonhos da sua vítima e passa a dissimular uma situação em que a mulher acredite que encontrou a sua alma gêmea;
2- ADESTRAMENTO: Assim que ele conquista sua vítima, começa o “adestramento”, ou seja, ele impõe condições num primeiro momento de maneiras sutis para que a mulher fique com ele, como por exemplo: “essa roupa não lhe cai bem”, “você fica bem melhor sem maquiagem”, “sua amiga não presta, você não deve andar com ela” e etc...
3- VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: o abusador aumenta a violência psicológica e como justificativa diz que a culpa é da vítima;
4- ISOLAMENTO: o agressor isola a vítima do mundo, suas amigas não prestam, os membros da sua família também não prestam, ninguém presta, a não ser ele. Nesse ponto acontece o “gatilho” da desordem mental da vítima;
5- DESPREZO e MANIPULAÇÃO: o abuso psicológico fica mais intenso, o abusador distorce tudo, ele destrói a autoconfiança da vítima, diz que ela “está louca”, a vítima se anula como pessoa, sua saúde mental está gravemente debilitada, é como se a vítima fosse uma dependente química (não consegue imaginar sua vida sem o agressor) e ela começa a duvidar da sua própria saúde mental;
6- ROMANTIZAÇÃO: o sedutor-agressor, é um especialista em promessas não cumpridas e quando ele percebe que a vítima está tentando sair do relacionamento, ele diz que vai mudar, surpreende a vítima com ações românticas, com um comportamento próximo do normal e devido a esses atos, a mulher acredita que ele mudou e vive nesse ciclo de violência sem fim.
Percebemos que a mulher, tende por uma questão cultural, achar que ela precisa “carregar aquele fardo”, sempre na expectativa de que aquele homem irá mudar.
Importa frisar, que nós, mulheres, não somos mãe do abusador, não somos psiquiatras e nem psicólogas. Sendo assim, NÃO temos responsabilidade alguma sobre aquele homem.
Destaca-se ainda que se a vítima não conseguir findar esse relacionamento abusivo por conta própria, procure a ajuda de um profissional (psicólogo).
Em casos graves de ameaças, agressões físicas, morais e/ou psicológicos essas vítimas devem procurar a delegacia da mulher da sua localidade ou nos casos em que não exista delegacia da mulher, podem procurar a delegacia normal ou até mesmo um advogado (a) de sua confiança para que solicite uma MEDIDA PROTETIVA.
A luta é nossa!
Compartilhe essas informações para que possamos ajudar mulheres que estão vivenciando um relacionamento abusivo.
Mariana Blander de Camargo Castro Ribeiro- Advogada
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